Epidemiologia
Antes de mais nada, a doença de Peyronie (DP) representa uma condição urológica de alta prevalência, atingindo entre 6% a 20,3% da população masculina, embora seja subdiagnosticada. A faixa etária predominante situa-se entre 40 e 70 anos, conforme dados da Sociedade Brasileira de Urologia, com incidência significativamente maior em pacientes com comorbidades como disfunção erétil e diabetes mellitus.
Há uma preocupação crescente com a condição que, além das implicações funcionais, apresenta significativo impacto psicossocial.
Fisiopatologia e mecanismos de lesão
A doença de Peyronie caracteriza-se pela formação de placas fibrosas no tecido conjuntivo da túnica albugínea dos corpos cavernosos, resultando em deformidade peniana. Está frequentemente associada a traumatismos ou microtraumatismos recorrentes durante a atividade sexual, particularmente em posicionamentos que propiciam maior vulnerabilidade do órgão.
Inclusive, o processo inicia-se com uma resposta inflamatória inadequada após lesão da túnica albugínea, seguida de desregulação na síntese e degradação de colágeno, culminando na formação de placas fibróticas. Nesse sentido, a presença das placas compromete a elasticidade tecidual, provocando desvios angulares durante a ereção, frequentemente associados a dor e disfunção erétil.
Aspectos psicossociais
Estudos demonstram o significativo impacto psicológico associado à doença de Peyronie. A análise epidemiológica revela que 50% dos portadores desenvolvem quadros depressivos clinicamente significativos, enquanto 80% relatam sintomas consistentes com distimia.
A condição frequentemente perpetua-se como um ciclo fisiopatológico complexo, no qual a disfunção sexual orgânica amplifica a ansiedade de desempenho, potencializando os sintomas e deteriorando o prognóstico funcional quando não adequadamente abordada.
Diagnóstico e avaliação clínica
O diagnóstico exige critérios clínicos bem estabelecidos. Primeiramente, uma anamnese detalhada, com caracterização cronológica dos sintomas, incluindo dor, percepção de curvatura e potencial associação com disfunção erétil.
Em seguida, exame físico meticuloso, com palpação das placas fibróticas, preferencialmente com avaliação complementar em estado de tumescência para documentação da angulação e grau de deformidade.
Por fim, exames de imagem ajudam na avaliação da extensão, localização e estágio evolutivo das placas. Aliás, a determinação do estágio da doença – agudo (0-12 meses) ou crônico (após 12-18 meses) – é essencial para definição da estratégia terapêutica.
Fatores de risco
Diversas condições foram identificadas, incluindo: predisposição genética; senescência tecidual, com redução da capacidade regenerativa; comorbidades como diabetes mellitus, associada a risco 4 ou 5 vezes superior ao da população geral; e intervenções urológicas prévias.
Técnica One STEP®
Nesse cenário, a técnica One STEP® é uma opção de elevada eficácia. Afinal, ela
conta com a LifeLight, comprimento de luz específico que promove a coleta de células mesenquimais viáveis. Tal refinamento garante material biológico com superior viabilidade, potencializando os resultados.
Num primeiro momento, é feita a coleta de células-tronco mesenquimais derivadas do tecido adiposo, especificamente a fração vascular estromal (SVF). Após processamento adequado, o material é injetado estrategicamente nas áreas afetadas, de acordo com cada caso.
O mecanismo de ação baseia-se na promoção de angiogênese e vasculogênese nas áreas afetadas, com consequente remodelação tecidual e redução da fibrose patológica.
Vantagens comparativas
Casos submetidos à técnica demonstram ausência de reincidência da fibrose num seguimento de 10 meses pós-procedimento, algo relevante considerando a elevada taxa de recorrência comumente observada nesta patologia.
Há uma melhora significativa da função erétil em até 3 meses após o procedimento, permitindo retorno à atividade sexual mesmo em casos complexos, incluindo pacientes septuagenários com comorbidades urológicas associadas.
Quando comparada às abordagens tradicionais, a técnica One STEP® apresenta vantajosa relação custo-benefício, especialmente em contraposição à implantação de prótese peniana. Ademais, constitui alternativa terapêutica para pacientes não-responsivos à via medicamentosa oral.
Médicos interessados na técnica podem receber habilitação através do One STEP Day.
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